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Baixe neste link: http://www.mediafire.com/?6yohydo2rk3il4y
Em 1948, o escritor inglês, nascido na índia, George Orwell (nascido Eric ArthurBlair) publicou um dos mais instigantes romances daquela década: 1984. Filho de um funcionário público britânico e uma francesa, nascera em Bengala (na Índia), em 1903. Oito anos depois, parte para a Inglaterra, onde permanece em um colégio interno; de 1917 a 1921 freqüenta aulas no Eton College. Ali, foi aluno do prestigiado escritor Aldous Huxley. Apesar de ótimo aluno, voltou à India para servir na polícia imperial, depois de recusar uma bolsa de estudos; seis anos depois, retorna à Inglaterra e passa a viver na mais absoluta pobreza, perambulando pela Europa até 1930. Começa a escrever seus romances, atua na Guerra Civil Espanhola e, durante a Segunda Grande Guerra, trabalha como correspondente da BBC.
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Em 1948, o escritor inglês, nascido na índia, George Orwell (nascido Eric ArthurBlair) publicou um dos mais instigantes romances daquela década: 1984. Filho de um funcionário público britânico e uma francesa, nascera em Bengala (na Índia), em 1903. Oito anos depois, parte para a Inglaterra, onde permanece em um colégio interno; de 1917 a 1921 freqüenta aulas no Eton College. Ali, foi aluno do prestigiado escritor Aldous Huxley. Apesar de ótimo aluno, voltou à India para servir na polícia imperial, depois de recusar uma bolsa de estudos; seis anos depois, retorna à Inglaterra e passa a viver na mais absoluta pobreza, perambulando pela Europa até 1930. Começa a escrever seus romances, atua na Guerra Civil Espanhola e, durante a Segunda Grande Guerra, trabalha como correspondente da BBC.
Há quem diga que seu desencanto com a política fizeram-no escrever A
revolução dos bichos (1945) e 1984 (1948). Do romance 1984, a figura do “Grande
Irmão”, o “Big Brother”, o Estado plenipotenciário, é o que mais conhecemos. O
romance em questão é uma sátira ao poder que desindividualiza, submete e
devassa a vida particular dos cidadãos. Dizem que a vida imita a arte e esse é
mais um caso: hoje, vivemos rodeados de câmeras; cada ato que praticamos é
testemunhado por muitos outros olhos e o que fazemos se torna público (o
programa Big Brother é um bom exemplo disso); há grampos telefônicos,
paparazzis, hackers de plantão, e as imagens conseguidas vão imediatamente
instalar-se na imprensa escrita ou internet. Este é um tempo que parece
pertencer menos ao indivíduo e mais ao coletivo, ao público. O que fazemos
tende a ser escancarado nos jornais e na net a qualquer dia e hora.
Tecnologia a serviço do crime
Se alguém invadir remotamente seu computador e apagar todos os seus
arquivos, nenhum crime terá sido cometido, segundo as leis brasileiras. Invasões,
vírus de computador, destruição de dados e novas formas de condutas abusivas
uniram-se a delitos
“clássicos” como pedoflia, racismo e violência moral no
ciberespaço, em prejuízo da vida das pessoas no mundo real. Os invasores são conhecidos popularmente
como hackers, mas há controvérsias quanto
a essa qualificação
pois alguns consideram que o
termo cracker define melhor os invasores. Se no início da internet os
hackers foram vistos
com simpatia, por sua
esperteza e sagacidade, atualmente
são encarados como criminosos. “Os danos são cada vez maiores diante da forte
dependência tecnológica existente hoje na estrutura produtiva da sociedade”,
diz o advogado especialista em direito cibernético Rodrigo Guimarães
Colares, do escritório Martorelli e Gouveia. “Se você usa a internet, o risco de
ser vítima de um crime tecnológico sempre existe”.[...] Na segunda
categoria, estariam as práticas ofensivas cujo fim é a lesão a dados ou
sistemas computacionais, especialidade dos hackers. São os crimes chamados “informáticos”, que na
maioria das vezes não têm previsão em lei no Brasil e, portanto, a rigor, não
podem ser chamados de “crimes” no sentido
jurídico da palavra, diferentemente do que ocorre em outros lugares do
mundo. Além de uma infinidade de sites e blogs destinados aos crimes
eletrônicos, há o uso de sites de relacionamento, como o Orkut, para essas
práticas ilegais.
A polêmica envolvendo o Orkut está na omissão de seus gestores (a
gigante Google) diante da incitação a ações criminosas, praticadas por usuários
que criam perfis falsos (fakes) para
agir. “Esse é o grande trunfo dos criminosos”, afirma o advogado Márcio
Benjamin, do escritório Costa Barros Associados. “Mesmo que se consiga
identificar o computador de onde partem os delitos pelo endereço IP
(número único que identifica cada
computador conectado à internet), é impossível afirmar com certeza quem é o usuário
que praticou o dano, sobretudo quando as
ações partem de
computadores localizados em
lan-houses (casas de jogos de computadores e internet)”, diz
Benjamim. Entre as invasões e alterações ilegais nos sistemas informáticos de
cidadãos e empresas, destacam-se roubo de senhas e informações sigilosas para
fraudes financeiras, corrupção de arquivos e páginas da internet e, ainda, seqüestro de documentos
importantes (seguido do pedido de altas somas em dinheiro para o resgate). No
que diz respeito às fraudes financeiras,
em 2005, houve no país um aumento de 579% com relação a 2004, segundo
levantamento do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de
Segurança no Brasil (Certi.br).
Usuários expõem intimidade e
reclamam de invasão de privacidade
É verdade que não há nada mais libertador do que um espaço onde você
pode divulgar o que quer, expressar tudo o que pensa, sente, compartilhar suas
ideologias e crenças publicamente – sem precisar ter a grana da Rede Globo para
tal. Também não há sentimento mais reconfortante do que o de poder conectar
pessoas de todo o planeta, conversar com elas em tempo real, a qualquer
momento. É maravilhosa a possibilidade de acessar informações vindas de todos
os cantos do mundo, visitar bibliotecas, museus, sem sair de casa.
E o prazer de poder encontrar qualquer pessoa e ser encontrado em
qualquer canto, a qualquer hora, sem precisar ficar plantado em casa esperando
uma ligação? Mais: saber quem está chamando antes mesmo de atender o telefone –
seja pelo toque personalizado, pelo bina ou até pela foto da pessoa no visor do
aparelho?
Sem dúvida, a internet é o veículo mais democrático que já existiu.
E as
novas tecnologias de comunicação, como
celulares, vêm nos
proporcionando uma sensação de segurança e controle jamais vistos antes. Além da sensação de
nunca estarmos sós. Mas, sabe aquela história de que “a minha liberdade acaba
quando começa a do outro”? Parece que as pessoas estão tendo dificuldade em
lidar com isso, perdidas diante de tamanha liberdade.
Peraí, liberdade? E o tal controle? Até que ponto estamos controlando
ou sendo controlados? Afinal, a popularização de filmadoras, celulares com
câmeras, máquinas fotográficas digitais,
entre outras tecnologias, blogs e sites de relacionamento
faz de cada pessoa uma potencial ameaça à privacidade dos outros. Enfim, o que
a internet e as novas tecnologias de comunicação têm feito de nós? “A internet
não cria
nada, é apenas
um espelho da
sociedade, só mostra o que
já existe”, explica
Erick Itakura, psicólogo
e pesquisador do NPPI
(Núcleo de Pesquisa da Psicologia
em Informática) da
PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo). Segundo ele, não é à toa que 70% dos 17 milhões dos
usuários do Orkut são brasileiros. O fato reflete uma característica cultural. “O brasileiro gosta de se mostrar, ‘aparecer’, de ser
‘social’. Já os norte-americanos e europeus privilegiam mais a privacidade”, explica.
O que mostra que a internet não está modificando nossa noção de privacidade,
apenas reproduzindo qual é a nossa real concepção sobre privacidade e até que
ponto a valorizamos.
Segundo ele, a internet em si não transforma ninguém em um voyuer,
narcisista, exibicionista ou
pedófilo. Tampouco o Orkut é culpado
por agirmos como crianças de quinta-série competindo com os amigos para
ver quem é mais sexy e popular. A rede só abre espaço para as pessoas que já
são assim se mostrarem. “Todo ser humano tem certas características. As
pessoas encontraram na internet o
lugar onde pode expressar essas necessidades”, diz.
Dicas “O Orkut é um ‘Big Brother’ virtual. Tem que saber se apresentar
ali dentro”, recomenda André Teles, autor do Livro do Orkut, onde dá dicas de
marketing para que as pessoas tirem melhor proveito da ferramenta. Segundo
Teles, as pessoas estão usando o Orkut sem a consciência da falta de
privacidade. É preciso ter muita cautela até por questões profissionais, já que
os departamentos de Recursos Humanos das empresas estão usando o site de
relacionamento para conhecer melhor o perfil das pessoas. “É preciso ter
consciência que o Orkut é uma espécie de homepage sua”, alerta. E explica: “não
que você tenha que passar a imagem do que você não é. Mas tem que se expor
de forma que possa trazer benefícios para você”. Ele dá as
dicas: “Fuja de comunidades do tipo ‘odeio acordar cedo’ e ‘odeio o meu
chefe’; bloqueie o visualizador de perfil; se quer privacidade, não use
os scraps (recados) do Orkut para procurar relacionamentos, existem outras
maneiras de fazer isso, como por e-mail; não divulgue seus
telefones e msn”.
NOTÍCIA: Morre ex-Big Brother
Jade Goody, inglesa que fez de seu câncer um reality show
Morreu neste domingo (22), aos 27 anos, a inglesa Jade Goody, que ficou
conhecida na versão britânica do programa de televisão Big Brother, em 2002, e
que transformou seus últimos meses de vida em um verdadeiro reality show, cujos
episódios vendeu para deixar dinheiro para os filhos. Jade morreu em casa,
junto com o marido, com quem se casou recentemente em cerimônia cujas imagens
vendeu por mais de 1,1 milhão de euros (R$ 3,2 milhões) à revista OK! e à
emissora de televisão Living TV, e com seus dois filhos, de quatro e cinco
anos, ambos de um casamento anterior.
CRÔNICA: Comedores de lixo
(João Pereira Coutinho, colunista da FOLHA)
Que dizer da história de
Jade Goody? Caso não saibam, Jade Goody foi concorrente
do Big Brother britânico, notabilizando-se por sua linguagem e comportamento
vulgares. A Grã-Bretanha rendeu-se a ela e encontrou em Goody um novo símbolo
da “informalidade” proletária que faz parte da nossa modernidade.
Acontece que Jade adoeceu gravemente (com câncer). A notícia fatal,
aliás, foi comunicada à própria em pleno programa televisivo, fazendo disparar
as audiências. Mas o melhor ainda estava para vir: se Jade tinha câncer
terminal, o melhor era morrer em frente às câmeras, proeza que Jade tem
cumprido com profissionalismo de Hollywood. Das operações cirúrgicas
às sessões de
quimioterapia, sem esquecer
o seu casamento-relâmpago, Jade aproveita as
últimas semanas de vida para mostrar ao mundo o seu lento caminho para o fm.
Não é de excluir que a tv flme o seu último suspiro. Os produtores garantem que
não. Mas se as audiências exigem tudo, por que raio não devem ver tudo? Essa é
a questão. O caso de Jade tem alimentado debates infamados na Grã-Bretanha. A
discussão centra-se, invariavelmente, na falta de ética da televisão
contemporânea, que se aproveita de uma mulher moribunda para fazer negócio.
Vozes moralistas condenam os produtores, exigindo rápida intervenção do
governo. E Jade Goody, quando confrontada com a pornografia do seu ato, afirma
simplesmente que está a pensar nos filhos: duas crianças que ficarão sem mãe em
breve e que, graças à prostituição sentimental de Jade, herdarão 1,7 milhões de
euros.
Pessoalmente, nada tenho a dizer: sobre Jade Goody e muito menos sobre
a tv que filma a sua decadência física. Mas estranho que, no meio da gritaria,
ninguém tenha dito o básico. E o básico não está na moribunda, muito menos na
tv que filma a moribunda. O básico está numa população anônima de milhões de
britânicos que permitem a existência desse caso, consumindo-o com voracidade
mórbida. O fenômeno Jade Goody e a repugnante vontade de o filmar até o limite
não existiriam se as audiências não existissem. Uma verdade banal? Longe disso.
Uma verdade politicamente incorreta: no mundo radicalmente igualitário em que
vivemos, não é de bom tom relembrar que as massas nem sempre escolhem com
sabedoria e pudor. As massas são muitas vezes analfabetas e repugnantes. O
pensamento politicamente correto prefere antes demonizar os produtores (no fundo,
os “capitalistas”) que exploram a pobre ingenuidade do povo. Um erro. E uma
grosseira piada. Se existe doença neste caso, ela não está em Jade Goody ou no
circo televisivo que a filma. Está nos comedores de lixo: gente que liga a tv
para se empanturrar, literalmente, até a morte.
A ERA DA EXPOSIÇÃO. O QUE HOUVE COM NOSSA PRIVACIDADE?